O Assassino da Ampulheta

"Era um ladrão destemido o tal do Valdenyz devo confessar - disse o velho no canto da taverna para quem quisesse ouvir, e continuou - não havia guarda da cidade que soubesse como encontrá-lo, mas Valdenyz errou quando confiou demais em um certo cidadão.

O combinado era que os dois se encontrassem na primeira luz do sol e lá estava Valdenyz quando o sol raiou, mas o tratante de seu comparsa o deixara esperando e quando o sol já estava no meio do céu o ladrão resolveu partir. E qual foi sua surpresa quando chegou em casa e viu que todos seus pertences haviam desaparecido e cinco guardas o esperavam mas, como eu disse antes, era destemido o rapaz, atirou sua adaga no primeiro que tentou lhe agarrar e saiu dali em disparada.

Valdenyz sabia quem era culpado e procurou então o tratante traidor. Esperou o momento certo e apanhou o patife cambaleando nas ruas ébrio e vangloriando-se de sua esperteza, num beco escuro a última coisa que o canalha sentiu foi a adaga de Valdenyz arranhando sua garganta. No outro dia tudo o que se ouvia falar pelas ruas era de um homem encontrado com o pescoço cortado e com uma pequena ampulheta sobre o peito.Ao que parece o destemido ladrão virou um justiceiro às avessas e tenho certeza que aquele homem que apareceu ontem morto em sua casa foi morto por Valdenyz, afinal eu ouvi dizer que uma pequena ampulheta repousava em uma cômoda perto da defunto e até onde eu sei o morto num era lá muito atentado aos compromissos que tinha."

— O velho da Taverna Crânio furado após um assassinato misterioso na cidade.

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