Vila Forte

No princípio vários fortes foram espalhados ao longo dos limites da Floresta da Sombras para garantir que os inimigos que na floresta residiam não avançassem contra os reinos. Vários soldados faziam a guarnição dos fortes e de tempos em tempos trocavam-se os homens que cumpriam a vigília.

Com o passar do tempo a floresta passou a representar menos perigo e os homens ficaram relapsos em seus postos, muitos fortes foram abandonados, mas um homem não abandonou seu posto, seu nome era Dorbak, aos poucos os homens que com ele vigiavam de seu forte também foram abandonando o posto, mas ele resistiu e ali ficou.

Numa noite sem lua Dorbak se questionava se valia a pena continuar vigiando árvores imóveis, a saudade do lar o tomou e ele decidiu abandonar seu posto, era o último homem que protegia os limites da floresta. Quando terminou de juntar seus poucos pertences, Dorbak subiu uma última vez na torre do forte e para sua surpresa sombras se moviam na floresta e elas vinham na direção do forte. Dorbak em desespero pediu perdão ao Guerreiro por ter fraquejado na sua vigília e mesmo só se entregou a batalha. Não pareciam muitos inimigos e o defensor conseguiu os deter mas não sem sofrer alguns ferimentos. Um mercenário que passava na estrada ali perto ouviu os sons de batalha e foi investigar, encontrou Dorbak encostado em uma árvore na beira da floresta. Dorbak lhe pediu que fosse em velocidade até Porto Casto e implorasse por ajuda, os fortes deveriam ser novamente guarnecidos. Mesmo sabendo que o mercenário poderia o trair Dorbak lhe entregou seu cavalo e o homem partiu.

Mas a sorte não estava com Dorbak naquela noite, os inimigos que ele derrotou eram somente os primeiros, novamente em desespero Dorbak pediu perdão por ter vacilado e implorou ao Guerreiro que o ajudasse naquela batalha até outros homens chegarem. Uma espada nunca seria o suficiente, Dorbak sabia mas não vacilou novamente, empunhou sua arma e adentrou a floresta num último ataque furioso.

Na manhã seguinte chegou a ajuda, o mercenário enfim tinha honrado a palavra, homens entraram na floresta e o que viram foi o que sobrou da batalha de Dorbak, muitas criaturas bestiais jaziam mortas e no meio de todas desacordado e muito ferido encontrava-se o último homem que defendia os fortes. Seus ferimentos foram tratados e ele passou muitos dias dormindo, quando acordou e foi perguntado como conseguiu aquele feito ele disse, "o Guerreiro veio em meu socorro, ele perdoou seu servo". Os homens que o socorreram acreditaram que a batalha o havia enlouquecido.

Quando os feitos de Dorbak chegaram na Cidade do Porto o rei em pessoa cavalgou até o forte onde seu último vigilante ainda se encontrava. Dorbak pediu ao rei para expandir o forte e ali fundar uma vila pra que aqueles que o defendessem pudessem estar com seus familiares, o rei assim consentiu e a Dorbak foi dado a regência de então batizada Vila Forte. No início somente Dorbak e o mercenário que o ajudou ali ficaram, mas quando a história do último vigia se espalhou pelo reino muitos vieram para também se tornar vigilantes.

Vila Forte cresceu, os outros fortes recebiam guarnições que saiam do Forte de Dorbak, ali então nasceu a ordem dos mais obstinados guerreiros de todos os reinos, Os Vigilantes. Os anos se passaram e a cidade sempre continuava a receber novos homens que ouviam as canções que falavam de um deus que lutou ao lado de seu mais fiel servo, e as canções chegaram também aos ouvidos de alguns elfos desiludidos com os deuses, sentindo que Erundhir havia falhado com eles por permitir a queda de Anärion, e estes decidiram então proteger os reinos que os acolheu e honrar um deus que respondeu a uma prece.

Notícias de guerra chegaram até o Forte, mas nenhum dos homens, ou elfos, do local se moveu. Sua missão é defender o reino dos perigos que habitam na Floresta das Sombras e ali eles permaneceram. E não sem trabalho, as guerras aumentaram também as atividades na floresta e as batalhas pela defesa do sul ficaram cada vez mais intensas. O últimos ataques tem sido devastadores e mensageiros foram enviados a Cidade do Porto para pedirem auxílio. A coragem e devoção dos Vigilantes está sendo posta a prova.

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